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UFRPE realiza III Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária

Entre os dias 18 a 20 de abril, o Núcleo de Agroecologia e Campesinato (NAC) e a Coordenação da Licenciatura em Ciências Agrícolas (LA) realizam a III Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária na UFRPE. O tema principal deste ano será a violência no campo. A programação conta com oficinas, cine debate, exposição fotográfica, relatos de experiências, visita a assentamentos e acampamentos.

A inscrição pode ser feita https://docs.google.com/forms/d/1u4cCOhGbXQ-RVDPbaWUEt6Kyq0WRIjZBWKTCC3BD2oE/viewform.

Só será validada com a entrega de 1kg de alimentos no NAC ou na coordenação da LA, localizados no Departamento de Educação (DEd) da UFRPE, no campus Dois Irmãos. Para aqueles que querem participar da vista de campo, será necessária a contribuição de uma taxa de R$12,00 para garantir o almoço.

Seguem o texto sobre a III Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária JURA na UFRPE 

Desde 2014 as Universidades brasileiras comprometidas com a questão agrária no Brasil vêm desenvolvendo a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) em parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Já no seu segundo ano, a JURA aconteceu em 50 universidades de todo o Brasil, demonstrando o compromisso da Universidade Pública com esta temática.

A UFRPE vem participando desta atividade desde o início provocando o debate com a comunidade acadêmica, agregando professores e estudantes envolvidos ou interessados em atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre a questão agrária brasileira.

Neste ano, a III JURA tem como tema principal os 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando foram assassinados 19 agricultores do estado do Pará em um conflito com a Polícia Militar no dia 17 de abril de 1996. Este conflito aconteceu de forma bastante violenta e sensibilizou todo o Brasil e o mundo. Devido a esse violento ato foi definido que este dia seria o Dia Internacional de Luta pela Terra, quando são feitas denúncias da violência e impunidade no campo e a defesa da Reforma Agrária como instrumento fundamental de superação das desigualdades sociais, econômicas e políticas, e da violência e degradação ambiental no campo brasileiro.

A violência no campo se manifesta de diversas formas, porém a mais comum é a violência direta e física empregada contra a pessoa, a ocupação e a posse camponesa. Ela pode ser promovida por particulares ou pelo Estado e constitui principalmente em assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças de morte, despejos da terra, expulsões da terra e outras formas que causam danos físicos ou psicológicos aos trabalhadores rurais e camponeses ou a seus bens.

Pernambuco, que no passado vivenciou muitas formas de violência no campo, ainda é marcado por esta triste história. De acordo com o último levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra, no ano de 2014 aconteceram 45 casos de conflito agrário em Pernambuco, envolvendo 8.791 famílias. São conflitos por terra, por água, ocupações e retomadas de terras e trabalho escravo, envolvendo agricultores sem terra, indígenas, posseiros, trabalhadores rurais, quilombolas, pescadores, assentados e lideranças dos movimentos sociais.

Convidamos toda a comunidade universitária para conhecer, participar e refletir sobre a questão agrária em Pernambuco e a violência no campo, reafirmando o compromisso desta universidade com esta questão.