“Aproveitei o isolamento para produzir 38 telas, compondo as séries Pesca Artesanal, Platibandas e Janelas. Na primeira, procurei uma reflexão sobre o simples e a importância da natureza na vida humana. Tentei me expressar, de forma não acadêmica, mas com arte, sobre a importância cultural das comunidades pesqueiras tradicionais, no Brasil. Tenho a impressão de que, em boa medida, foram as imagens da minha infância que me levaram à engenharia de pesca e à definição da pesca artesanal, como área de pesquisa. Ao final, decidi doá-los para a campanha Ruralinda Solidária, da UFRPE, que ajuda pessoas em vulnerabilidade, no Recife. Me ocupo também de leituras pendentes e estou editando dois livros, um acadêmico e o outro de crônicas, para pós-pandemia. Ao escrever e pintar desvio o olhar dos meus amigos, e o meu próprio olhar, para além da tragédia”. Ângelo Brás Callou, professor titular da UFRPE.