A música como oportunidade de formação, aprendizagem e crescimento psicossocial. É nessa perspectiva que os educadores da Escola de Música Naná Vasconcelos, idealizada pela equipe da Pró-Reitoria de Extensão (PRAE), vêm trabalhando com crianças das comunidades do entorno da UFRPE. São 22 meninas e meninos que participam das aulas de instrumentos de corda e percussão, numa jornada que passa pelo aprendizado das notas musicais, pela prática dos instrumentos e que, sobretudo, busca promover o desenvolvimento integral dos alunos e alunas.
As aulas acontecem às terças, quartas e quintas, na PRAE. A maioria dos participantes chegou à Escola sem experiências ou contatos prévios com a música. Além do desafio com os instrumentos, os educadores também percebiam no início das atividades dificuldades de concentração por parte dos alunos.
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“Era bem difícil no início. Sentíamos eles um pouco apreensivos, dispersos. Também percebíamos problemas de comunicação, todos queriam falar ao mesmo tempo e tinham dificuldade em prestar atenção nas aulas. Hoje já percebemos uma melhoria muito grande, tanto no aprendizado dos instrumentos quanto no próprio comportamento durante as aulas”, afirma Mariana Cousseiro, 26 anos, estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas, monitora da Escola de Música Naná Vasconcelos.
“Eu tinha bastante vontade de aprender um instrumento e nunca tive essa oportunidade. Aí quando me chamaram pra cá, eu passei a aprender várias coisas legais”, relata Rafael Oliveira, de 14 anos, aluno da Escola. Ele conta que além da música, as aulas na Escola Naná Vasconcelos ajudaram em outras dimensões de sua vida. “Eu não me segurava em nada, entrava numa coisa e saía, começava outra e parava. Depois que entrei no curso de música passei a me concentrar mais nas coisas, estou fazendo capacitações agora, estou me empenhando mais nas minhas tarefas de estudo”, enfatizou.Mariana e outros três estudantes são os responsáveis pelas aulas do projeto. Com formação em música, eles procuraram a equipe da PRAE, em meados de 2016, para conseguir um espaço para ensaiar e formar uma orquestra com estudantes da UFRPE. Coincidentemente, a equipe da PRAE estava à procura de alunos de graduação que pudessem ser os monitores da Escola Naná Vasconcelos. Com a parceria firmada, o projeto foi iniciado em agosto de 2016 e hoje atende crianças dos 7 aos 14 anos.
Jamily Ramos, 12 anos, já tinha algum conhecimento sobre o violão, mas tem a oportunidade de aprofundar e aperfeiçoar a técnica do instrumento durante as aulas na PRAE. “Eu gosto muito de música e estou aprendendo muito aqui. Toco lá em casa para a minha mãe e até estou ensinando algumas coisas a ela”, diz. A estudante pensa em dar continuidade futuramente em sua formação musical. “Talvez um dia em queira fazer faculdade de música, talvez queira prosseguir. Não sei se vou conseguir, mas espero que sim”, confessa.
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De acordo com Natanael Duarte de Azevedo, coordenador de Comunicação, Arte e Cultura da PRAE, a proposta da Escola de Música Naná Vasconcelos visa aproximar as crianças das comunidades vizinhas dos espaços da universidade. Além de aprenderem um pouco da técnica musical, espera-se que elas se sintam pertencentes à UFRPE e queiram, futuramente, dar seguimentos aos seus estudos na Instituição.
“Nosso objetivo central não é o de formar músicos profissionais. Futuramente o aluno pode se identificar como profissional de música e tem essa base aqui, mas não é o nosso foco. Nossa preocupação é pedagógica, e também fazer com que tenham contato com esse bem cultural que é a música popular brasileira, com o pop brasileiro, com a música regional” ressaltou Natanael. A escola presta uma homenagem a Naná Vasconcelos, doutor honoris causa pela UFRPE em 2015, justamente pelo trabalho educativo e social que o artista realizou por meio do ensino da música ao longo de sua vida.
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