Com descoberta arqueológica, projeto do atrasado Habitacional do Pilar, no Bairro do Recife, pode ser modificado
O que pode vir a ser o mais importante sítio arqueológico do Brasil foi encontrado onde ficaria a quadra 45 do Habitacional do Pilar, ainda sem previsão para início das obras
Katarina Moraes Publicado em 14/03/2022 às 15:45
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A descoberta das ruínas do antigo Forte de São Jorge em pesquisa arqueológica no Bairro do Recife, Centro da cidade, pode alterar o projeto do Habitacional do Pilar. Isso porque, onde foram encontradas, estava prevista a construção de 128 apartamentos referentes à quadra 45 do conjunto residencial - que está parte em atraso, e parte embargado pela inviabilização de recursos. Agora, o poder público e pesquisadores pretendem transformar o local em um parque arqueológico.
Ao todo, o Habitacional do Pilar, que teve obras iniciadas em 2010, prevê 588 unidades. Dessas, até agora, foram entregues apenas 192. Atualmente, são construídas as quadras 55 e 46 no Pilar, totalizando 256 unidades, com recursos do Governo Federal e da Prefeitura do Recife.
Além desses, seguem sem previsão para sair do papel as quadras 45 e 60, após contratos serem anulados em 2020 pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A Autarquia de Urbanização do Recife (URB) disse buscar recursos, junto com a Secretaria de Habitação do Recife, para viabilizar a construção dos blocos.
Assim, foi durante a escavação para erguer as quadras 55 e 46 que um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) encontrou o que pode ser um dos sítios arqueológicos mais ricos do País. Foram achados mais de 150 mil vestígios que variam de séculos 17 a 19. Entre eles, ruínas do Forte na área onde é prevista a quadra 45, que serão preservadas tamanha importância histórica.
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“Estamos retirando os vestígios, e, quando terminarmos de escavar, a área vai ser liberada; exceto onde encontramos a edificação, a primeira do Recife. Alí, deve ter uma área de proteção que pode realocar os blocos do habitacional”, explicou a historiadora Suely de Luna, da UFRPE.
As muitas famílias que moram na comunidade pedem, apenas, que os apartamentos sejam construídos o mais rápido possível. Exemplo é a de Mariluce de Vasconcellos, que vive no Pilar há 33 anos e não vê previsão para que a promessa seja cumprida.
“O auxílio moradia é de R$ 400, nem cobre o aluguel inteiro, que é R$ 500. Estamos dando um jeito para pagar, porque estamos todos desempregados. Ninguém sabe quando vai sair”, contou ela, que mora com mais 5 pessoas na casa.
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No entanto, o poder público garante que não haverá prejuízo aos futuros moradores, que são pessoas de baixa renda da comunidade local que há anos já esperam pelo término das obras atrasadas.
Para isso, um grupo de estudos, formado pelo Instituto Pelópidas Silveira, a URB e a Secretaria de Infraestrutura, definirá quais serão os próximos passos. “O estudo deverá, também, identificar alternativas que permitam conciliar a preservação do achado e a continuidade das obras, incluindo habitação e/ou mercado público e de artesanato”, disse, por nota, a Prefeitura do Recife.
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