UFRPE cria instituto e dá o nome de Menino Miguel para homenagear criança que caiu de prédio no Recife

'Escolhemos esse nome porque ele é uma criança que traz essa energia mobilizadora para a defesa dos direitos humanos', diz coordenador. IMM vai desenvolver estudos sobre infância e família.

Por G1 PE

17/09/2020 11h59  Atualizado há um ano

Miguel Otávio tinha 5 anos de idade e morreu ao cair de uma altura de 35 metros no Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) criou um instituto para estudo, pesquisa e extensão nas áreas da infância, do cuidado humano, da família e do envelhecimento. O núcleo leva o nome de Miguel Otávio, que morreu aos 5 anos após cair do 9º andar de um prédio de luxo na área central do Recife.

De acordo com o coordenador do Instituto Menino Miguel (IMM), Humberto Miranda, o núcleo une quatro coordenadorias que já existiam na universidade: a Escola de Conselhos, o Núcleo do Cuidado Humano, o Observatório da Família e o Núcleo de Envelhecimento.

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fica na Zona Norte do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

“A gente já trabalhava em conjunto, e a ideia era aglutinar. Estamos buscando estudar essas dimensões da vida humana”, contou ao G1.

“Estávamos no processo de criação do instituto quando ocorreu a fatalidade e escolhemos o nome de Miguel porque ele é uma criança que traz essa energia mobilizadora para a defesa dos direitos humanos”, disse o professor.

A previsão é de que a inauguração do instituto ocorra no dia 13 de outubro. Segundo o coordenador do instituto, a mãe de Miguel, Mirtes Souza, participa da concepção do local.

“Ela está pensando conosco o espaço, o memorial, as palestras, essas questões todas. O Instituto Menino Miguel nasce para que a memória do menino Miguel não morra”, afirmou Miranda.

A cantora Adriana Calcanhotto, que lançou uma música em homenagem à criança, deve atuar como embaixadora do instituto, de acordo com o professor Hugo Monteiro Ferreira, coordenador do Núcleo de Cuidado Humano.

"Quando ela apresentou a música em um show, entramos em contato e falamos da criação do instituto e ela teve a ideia de colaborar conosco na difusão, atuando como uma embaixadora", declarou.

Caso Miguel

Caso Miguel: 'Ver que meu filho não vai mais voltar é muito difícil', diz mãe

Miguel caiu do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, no dia 2 de junho. A mãe dele, Mirtes Souza, o deixou com a ex-patroa para passear com Mel, a cadela da família que a empregava (veja vídeo acima).

No dia da morte de Miguel, Sari foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas responde ao processo em liberdade após pagamento de fiança de R$ 20 mil. Em 1º de julho, ela foi indiciada pela polícia por abandono de incapaz que resultou em morte. Esse tipo de delito é considerado "preterdoloso", quando alguém comete um crime diferente do que planejava cometer.

Após denúncia do Ministério Público de Pernambuco, o caso chegou à Justiça, mas sem data marcada para o julgamento.

LINK: UFRPE cria instituto e dá o nome de Menino Miguel para homenagear criança que caiu de prédio no Recife