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[JORNAL DO COMMERCIO] É preciso impor limite de gastos

Para a professora do curso de ciências do consumo do departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Laurileide Barbosa, o primeiro passo para atravessar a quarentena sem estourar demasiadamente o orçamento familiar é formar uma espécie de consciência coletiva. Laurileide defende que toda a família tem que ter noção da nova realidade financeira imposta pelo isolamento em casa.

“É preciso reunir quem mora na residência e falar que dali pra frente terão uma realidade muito dura, onde cada um terá que dar seu esforço.” A professora aconselha criar limites para gastos com água e luz. “Pode-se estimular metas de consumo para a família. Tipo, olha, só podemos gastartanto de energia e, a partir daí, cada um se policiar para cumprir a meta”, diz Laurileide.

Ela lembra que cada ar condicionado doméstico representa, em média, R$ 100 a mais na conta de luz, no fim do mês. Isso se for usado apenas à noite. “Então, por que não restringir o uso ou mesmo abolir o ar-condicionado?”, ensina. Laurileide lembra que “tudo que aquece ou resfria gasta muita energia e colabora para aumentar as despesas da família”. A regra, para quem quer economizar, portanto, seria simples. Nada de banho quente nem ficar abrindo a geladeira a todo momento.

Passar e lavar roupa só uma vez por semana. Vale até aplicar algumas ações mais radicais, como tirar a lâmpada do bocal em áreas de pouco uso, como o terraço ou varanda. No caso do gás de cozinha, criar uma rotina de alimentação com horários para café da manhã, almoço e jantar. “Assim se evita fazer comida a toda hora e ainda controla-se melhor o estoque de alimentos.” A especialista também ensina a trocar o lanche industrializado por frutas da época, mais em conta e mais saudável. Outra dica, essa para se usar com crianças, é trocar os jogos eletrônicos, que consomem energia elétrica, porjogos de tabuleiro (como Dama e Xadrez) e ainda ocupar o tempo dos pequenos com a confecção de brinquedos de material reciclável.

A professora está atravessando o isolamento social ao lado do marido e da filha, de 11 anos, sem maiores dificuldades. “Na verdade, nós já temos uma rotina de evitar desperdícios. Então, estamos aproveitando esse momento para ficar mais juntos e até economizar, porque não temos mais despesas com alimentação fora e com deslocamentos de carro, que pesam muito no bolso”, afirmou a professora