Serviço deveria ter ficado pronto em agosto de 2016, mas só será concluído em setembro deste ano
Publicado em 31/07/2018, às 08h18
Setor de internamento do hospital veterinário já está em funcionamento, apesar do prédio não estar totalmente pronto Foto: Diego Nigro / JC Imagem - da editoria de Cidades
A primeira etapa de ampliação do Parque Estadual Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, deveria ter sido concluída em agosto de 2016. O serviço começou em dezembro de 2015 e estava previsto para durar oito meses. Depois de dois anos de atraso, a promessa agora é finalizá-lo em setembro. Hospital veterinário, quarentena, parte administrativa, reservatório, vestiários, subestações elétricas e estação de tratamento de água são algumas das 14 obras.
“Tivemos que fazer adaptações no projeto original, por isso não conseguimos concluir no prazo. Um exemplo foi a retirada de 45 árvores seculares que existiam no terreno onde foi construído o reservatório. Precisamos de autorização especial para fazer a compensação ambiental e isso demorou mais do que o previsto”, explica o engenheiro responsável pela obra, Kléber Rolim.
Outro exemplo, diz ele, foram as duas subestações elétricas. “No projeto original, aprovado pela Celpe, eram subterrâneas. Depois pediram que fossem áreas”, detalha. O horário da obra também teve que ser adaptado à realidade do zoológico – não podia ultrapassar às 15h para o barulho não estressar os animais. O investimento do governo estadual, segundo ele, somou R$ 11,1 milhões (R$ 9 milhões inicialmente, depois dois aditivos, sendo um de R$ 800 mil e outro de R$ 1,3 milhão).
“Estamos na fase de acabamento. Pintar, colocar algumas janelas, pavimentar. A parte de construção acabou”, informa. O prédio administrativo, na entrada do parque, começou a receber mobiliário. No hospital, o setor de internamento já está funcionando provisoriamente. Algumas aves em tratamento médico estão no local.
“É a primeira etapa de ampliação e modernização do Parque Dois Irmãos. São obras que vão dar nova visão ao zoológico. Com o hospital veterinário, por exemplo, não vamos mais precisar levar os animais para o hospital da UFRPE, como acontece hoje”, observa o gerente do parque, Walter Blossey.
O projeto completo, que transforma o local em bioparque, tem nove etapas. A segunda fase, com reforma e construção de novos recintos, está orçada em R$ 40 milhões, sem previsão de quando será executada.
“Para ser feita depende de decisão governamental. O projeto executivo está pronto”, destaca Walter Blossey. A instalação de um teleférico, anunciado como uma das novidades, está prevista na terceira etapa de expansão.
MACACOS
O zoológico tem 480 animais. Um dos bichos mais queridos é o leão. Há também urso, macacos, tigre, cobra, aves. Crianças e adultos que visitam o local sentem falta de espécies de grande porte, como elefantes e girafas. “Com a segunda fase do projeto concluída teremos condições de receber animais maiores”, informa Walter Blossey. Esta semana chegam dois macacos da espécie bugio, vindos de um zoológico da Paraíba. Uma jaula está sendo construída para recebê-los.
“Lamento não ter mais os pedalinhos no lago. Era uma boa opção de passeio”, comenta o pintor Marcone Santana, 40 anos, que levou ontem o filho de 3 anos e a esposa para conhecer o parque. “Gostei, mas seria bom que tivesse girafa, elefante, outros bichos”, diz a esposa dele, Renata Dantas, 35. De acordo com Walter Blossey, os pedalinhos não existem mais por recomendação da UFRPE. “Há, inclusive, jacarés nesse lago”, destaca.
O ingresso do parque custa R$ 2, um dos mais baratos do País. Crianças com até um metro de altura não pagam. Nos fins de semana, o lugar recebe entre 2 mil e 3 mil visitantes. “São 14 anos com o mesmo valor do ingresso. Com o que arrecadamos na bilheteira, cerca de R$ 20 mil por mês, realizamos pequenas melhorias”, comenta Walter Blossey.