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UFRPE promove observação do Trânsito do Planeta Mercúrio pelo Disco Solar. Partcipe!

Na próxima segunda-feira(09/05), o projeto de extensão da Universidade Federal Rural de Pernambuco “Desvendando o Céu Austral” promoverá a observação do raro fenômeno do TRÂNSITO DO PLANETA MERCÚRIO PELO DISCO SOLAR , às 08 horas com término às 16 horas, tendo seu ápice aproximadamente às 12horas.

A atividade terá apoio e participação de entidades como a “Academia Castor e Pólux”, do renomado Astrólogo Eduardo Maia, que discorrerá sobre o fenômeno conhecido como CAZINI.

Serão Posicionados cinco telescópios (todos com filtro solar) no campo de futebol da Sede, com participação de monitores do próprio Projeto “Desvendando”, do PET-Física, do PIBID-Física, do Conexões/PRAE e voluntários.

Participarão, também do evento o grupo de astrônomos amadores “Céu de Pernambuco”; a CECINE/UFPE; monitores da Torre Malakoff; do Observatório do Alto da Se de Olinda; do Espaço Ciência;  professores e estudantes de escolas públicas e privadas  que traram telescópios para enriquecer a referida observação. A entrada é gratuita. Não perca!

SOBRE O TRÂNSITO DE MERCÚRIO[[{"fid":"1608","view_mode":"default","fields":{"format":"default","field_file_image_alt_text[und][0][value]":"","field_file_image_title_text[und][0][value]":""},"type":"media","attributes":{"height":1166,"width":1772,"class":"panopoly-image-original media-element file-default"},"link_text":null}]]Trânsito de Mercúrio é o nome dado à passagem do planeta Mercúrio entre o Sol e a Terra. No fenômeno, Mercúrio é visto como um pequeno ponto escuro movendo-se pelo disco solar.

Os trânsitos de Mercúrio com relação à Terra são muito mais frequentes que os trânsitos de Vênus, ocorrendo cerca de 13 ou 14 vezes a cada século, sempre nos meses de maio ou novembro. Uma das razões para esta frequência maior é o fato que o período da órbita de Mercúrio é mais curto que o de Vênus.

Os três últimos trânsitos de Mercúrio ocorreram em 1999, 2003 e 2006, o próximo será exatamente agora em 09 de maio de2016.
 
 O Trânsito de Mercúrio em 2016 - Este evento poderá ser visto em todo o Brasil.

O trânsito poderá ser visto em telescópios por meio do uso de filtros ou por projeção direta (projeção do disco do sol em um anteparo), o que permite que mais de uma pessoa observe o fenômeno. Durante o trânsito, o disco de Mercúrio terá um diâmetro aparente de 12", o que contrasta com os 1900" do Sol (ou seja, o Sol estará 158 vezes maior aparentemente que Mercúrio).

A observação do evento será recompensada pela importância histórica que ele teve em outros tempos e pela curiosidade que desperta. São várias as referências a observações antigas da passagem de Mercúrio e Vênus no disco do sol. Elas testemunham as crenças antigas sobre o "sistema do mundo" e levam nossa imaginação a viajar no tempo.

Um pouco de história 

O primeiro relato histórico trânsitos desses tipos foram feito pelo astrônomo francês Pierre Gassendi em 1631 e por Jeremiah Horrocks em 1639. Trânsitos de Mercúrio e Vênus foram previstos por Johannes Kepler ao compilar as famosas "Tabelas Rudolfinas".  O trânsito de Mercúrio foi relevante desde o século XVII por uma razão: forneceu a primeira medida independente do diâmetro do disco de um planeta. 

Kepler pensou ter observado um evento de trânsito em 1607 por meio de uma "câmara escura", o que foi negado e posteriormente interpretado como uma observação de uma mancha solar.

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Embora Kepler e outros tenham se interessado pela observação do trânsito por meio da "câmara escura", modernamente recomenda-se o uso de um telescópio em projeção (o mesmo método para se observar manchas solares) e uso de filtro solar em telescópios. De qualquer forma, deve-se evitar terminantemente a observação direta do disco do sol por questões óbvias de segurança da visão. 
 
O evento de 9 de maio de 2016 e cuidados na sua observação.

A figura abaixo ilustra as circunstâncias do evento no âmbito global conforme.  Como se percebe (a partir das regiões claras), o trânsito será particularmente bem observado em boa parte da América do Sul, em particular no Brasil.

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O fenômeno poderá ser visto em qualquer lugar em conformidade com o mapa acima. Em particular será um evento interessante para uma observação pública, mesmo que no centro de grandes cidades, desde que não chova, é claro.

[[{"fid":"1611","view_mode":"default","fields":{"format":"default","field_file_image_alt_text[und][0][value]":"Sombra do planeta Mercúrio contra o sol durante o trânsito de maio de 2003. Fonte: satélite SOHO (Solar and Heliospheric Observatory, NASA e ESA.","field_file_image_title_text[und][0][value]":"Sombra do planeta Mercúrio contra o sol durante o trânsito de maio de 2003. Fonte: satélite SOHO (Solar and Heliospheric Observatory, NASA e ESA."},"type":"media","attributes":{"alt":"Sombra do planeta Mercúrio contra o sol durante o trânsito de maio de 2003. Fonte: satélite SOHO (Solar and Heliospheric Observatory, NASA e ESA.","title":"Sombra do planeta Mercúrio contra o sol durante o trânsito de maio de 2003. Fonte: satélite SOHO (Solar and Heliospheric Observatory, NASA e ESA.","height":1000,"width":1000,"class":"panopoly-image-original media-element file-default"},"link_text":null}]]

Para observação do fenômeno, em particular de várias pessoas simultaneamente, o método de projeção usando um telescópio é recomendado. Porém, o uso de filtro solar em telescópio pode ser mais prazeroso pela impressão causada pelo disco de Mercúrio contra a fotosfera solar, por causa do efeito de constaste. O observador deverá se certificar, entretanto, que possui o filtro correto para observação e jamais deverá improvisar qualquer tipo de filtro.

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O trânsito ou Cazimi como uma aula de astronomia e Astrologia
 
Se um telescópio não estiver disponível, há outro método? Pode-se usar a câmara escura (ou método "pin-hole"). Durante o evento de 2016, o disco de Mercúrio terá um diâmetro aparente de 12" aproximadamente. Isso corresponde a 0.0033 graus. Se um minúsculo orifício puder ser improvisado na janela de um quarto escuro, para que Mercúrio projete um disquinho de 0.5 mm de diâmetro, o orifício deverá se localizar a 5 metros de distância do anteparo de projeção, quando o disco do sol terá aproximadamente 50 mm. Por isso, provavelmente catedrais (ou prédios com pés direitos altos) funcionariam como "salas escuras" ideais para observação desse evento sem instrumentos. 
 
O método de projeção, embora não necessite de recursos ópticos mais aprimorados, pode ser de difícil implementação na ausência de um ambiente escuro dessa dimensão.

Lembramos que o próximo evento de trânsito de Mercúrio será em 11 de novembro de 2019. Esse também será um evento observável do Brasil.