Será realizado, no dia 12 de maio, das 9h às 17h, no auditório da Pró-reitoria de Atividades de Extensão (PRAE), campus Dois Irmãos, o Fórum de Visibilidade e Inclusão para Travestis e Transexuais, o Fortrans. Esta será a primeira edição do Fortrans na UFRPE e terá como objetivo propiciar uma abertura de discussão acerca dos temas relativos ao universo trans, de modo a visibilizar a realidade dessa população e possibilitar um conhecimento maior de suas ontologias. O Fortrans também busca questionar o grau de exclusão que essa população sofre e proclamando uma maior inserção social de suas vidas na sociedade.
Participam como palestrantes Robeyoncé Lima, Céu Cavalcanti, Maria Clara de Sena e Laura Souto maior (ver os detalhes na programação ao fim do texto).
O evento é parte das ações de extensão do Núcleo de Estudos em Discurso e Descolonialidade e Laboratório de Estudos da Linguagem e Psicanálise (Langue), liderados, respectivamente, pelos professores Iran Melo e Natanael Duarte de Azevedo, coordenadores do evento. Dividido em dois momentos, nos turnos da manhã e da tarde, o Fortrans será realizado em formato dialógico e contará com rodas de conversa, debates e exibição de curtas-metragens sobre a temática do evento.
Podem participar do evento as pessoas interessadas pelo tema. Não é preciso realizar inscrição nem ser parte da comunidade universitária da UFRPE.
Realidade trans
Segundo pesquisa da organização não governamental Transgender Europe, rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênera, o Brasil é o país onde mais se mata travestis e transexuais no mundo (40% do número total). Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no país. Esses dados alarmantes, nem de longe, se mostram como miméticos à realidade, uma vez que o grau de subnotificação da violência infringida contra travestis e transexuais ainda é imenso e resultado das deficitárias políticas públicas brasileiras que atendem a demanda de investigação sobre o assunto em nosso país. O direito à vida dessa população está na última fronteira dos direitos da população LGBT e, naturalmente, da população brasileira como um todo.
Vinculadas a isso ainda estão as práticas cotidianas de violação dos direitos à pessoa as quais travestis e transexuais vivenciam, tais como a exclusão da família, da escola e do trabalho; a negação ao seu nome social; a negligência de assistência à saúde; o silenciamento e a depreciação nos meios de comunicação. Essas e outras violências se realizam no campo da reificação e da desumanização das subjetividades e dos corpos trans. Por isso, faz-se sempre urgente a discussão pública sobre a necessidade de visibilidade e inclusão de pessoas travestis e transexuais no Brasil, demanda que deve ser assumida por todos os aparelhos públicos, sobretudo pelas instituições de ensino como as universidades.
Local: Auditório da Pró-Reitoria de Extensão da UFRPE
PROGRAMAÇÃO
Manhã
09h – Abertura do evento – professores coordenadores Iran Melo e Natanael Duarte
09h20 – Exibição Vídeo Ser, histórias de vida de homens e mulheres trans.
09h30 – Momento 1
- Palestrantes: Robeyoncé Lima (advogada e primeira transexual aprovada na Ordem de Advogados Brasil, seccional Pernambuco) e Céu Cavalcanti (psicóloga, assistente de coordenação do GTP+PositHIVo).
- Mediador: Natanael Duarte.
Tarde
Vídeo: Homem trans: conheça e respeite.
- Palestrantes: Maria Clara de Sena (integrante do Mecanismo Nacional de Prevenção e de Combate à Tortura) e Laura Souto Maior Kerstenetsky (advogada das causas LGBT).
- Mediador: Iran Melo.
Confia abaixo o cartaz do evento.
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