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A divulgação do Guia de Livros Didáticos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2018) trouxe uma boa notícia sobre o ensino da Língua Espanhola na Educação Básica. De acordo com a professora da UFRPE Flávia Conceição, representante do ensino superior em Pernambuco como avaliadora dos livros de língua espanhola, a presença de obras do idioma no Guia PNLD 2018 para o ensino médio sinaliza a possível manutenção do espanhol como componente curricular nas escolas públicas para o próximo ano.
“O Guia é divulgado em um momento importante em que se discute a permanência do espanhol na educação básica em todo país. Embora a LDB tenha sofrido alterações no que diz respeito à oferta de uma língua moderna na educação básica, o PNLD 2018 contemplou o espanhol sinalizando a possibilidade de as escolas públicas brasileiras seguirem ofertando este idioma no currículo no próximo ano”, ressaltou Flávia Conceição.
A docente explica que as mudanças realizadas na LDB em 2017 apontam para a obrigatoriedade da língua inglesa na educação básica, sobretudo no Ensino Médio, mas não deixam claro qual será o espaço a ser dado ao idioma espanhol enquanto opção de ensino nas salas de aula da rede pública. A presença das obras no Guia PNLD 2018 é mais um no sentido da garantia da língua espanhola como componente curricular.
“É importante registrar que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio ainda não foi divulgada, portanto ainda não é possível afirmar se a língua espanhola deixará de ser contemplada no componente curricular ‘língua estrangeira moderna’”, afirmou a docente da UFRPE.
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Em julho passado, durante a audiência pública sobre o tema realizada pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), após defesa feita pela professora Flávia Conceição sobre a imporância da língua espanhola e pela volta do componente curricular “Língua Estrangeira Moderna”, nos debates sobre a BNCC, o conselheiro do CNE e presidente da comissão bicameral, César Callegari, sinalizou que o ensino do espanhol no Brasil estava sendo revisto devido às relações bilaterais com os países de língua espanhola.
“Fiquei feliz com a interação do Callegari e um pouco esperançosa, já que só será possível garantir o acesso à pluralidade linguística no ensino de línguas estrangeiras se o componente curricular passar a ser "línguas estrangeiras modernas" ao invés de "língua inglesa". Ao considerar a fala do Callegari, acredito que o CNE tornará possível o retorno das demais línguas na BNCC”, enfatizou a docente.
Segue abaixo um trecho da fala da professora Flávia Conceição durante a audiência pública realizada pelo CNE, em julho.
"De acordo com a terceira versão dos anos finais do ensino fundamental “aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias”.
De fato, vivemos em uma sociedade cada vez mais globalizada, mas é necessário alertar que o domínio tão somente da língua inglesa não garantirá a inserção efetiva do Brasil em países que oferecem um sistema educacional com o qual é importante firmar parcerias, como a missão realizada pelo Diretor da CAPES no mês corrente. É relevante, ainda, registrar que o Brasil faz fronteiras com países de língua espanhola; nosso maiúsculo Brasil é cercado pelos países “hermanos” cuja língua é o espanhol e cuja história política-econômica sinaliza uma aproximação muito maior com o Brasil. No entanto, essa aproximação logística, cultural, política, econômica e, principalmente, linguística não está sendo levada em consideração, infelizmente, na versão atual da Base Nacional Comum Curricular nos anos finais do ensino fundamental. Por isso, na esperança de que o componente curricular “língua estrangeira moderna” retorne ao texto final da BNCC, peço que considerem a diversidade de línguas estrangeiras que movimentam nosso país, peço que se sensibilizem diante da riqueza literária e linguística da língua espanhola, por exemplo, e que reflitam sobre a possibilidade de o país avançar no processo de implantação de uma política linguística ao permitir autonomia na escolha do idioma que se pretende ofertar, já que tornar a língua inglesa um componente curricular é dizer não ao fortalecimento das relações bilaterais entre o Brasil e, principalmente, os países de língua espanhola. Enfim, desconsiderar a pluralidade linguística no processo de ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras é retroceder política e educacionalmente."
CONFIRA NO ANEXO ABAIXO O GUIA DE LIVROS DIDÁTICOS PARA O ESPANHOL EM 2018.